terça-feira, 21 de setembro de 2010

Capítulo I - How deep my despair is...

Dormindo. Era assim que se sentia o espírito daquele lobo. Se aquilo pudesse ser um sonho, seria um sonho dele adormecido infinitamente. O infinito parecia tão pequeno e curto agora... Mas acima de tudo, havia a paz. Aquela paz que ele só conseguia quando estava em sono profundo. Era quase como um ser no meio do nada. Um nada sem cor, sem tempo, sem existência, sem emoções. Um grande vazio, que por coincidência, era o que ele sentia várias vezes.

Era uma pena, mas sua paz estava para terminar.

O celular despertou alto. Aquele alarme irritante, mas que infelizmente era o único que acordava Ludwa. O lobo abriu os olhos assustado, pois sempre que acordava era por interrupção de seu tranquilo e inacabado sono. Após o momento de confusão, no qual não sabia onde estava e o que estava fazendo, a realidade veio como um soco em seu rosto, no qual o furry tateou buscando o celular, que como se pregasse uma peça no lobo, caiu no chão.

Resmungando ele esticou o braço e desligou o alarme. Sentou-se na cama. Seu corpo estava frio, pois era assim como os dias estavam ultimamente. Levou as mãos ao rosto, frustrado. Era segunda-feira de manhã e acordara mal, como de costume. Sua cabeça latejava e uma sensação de queimação consumia seu estômago e garganta. Ficou assim por quase um minuto, no qual a sua circulação sanguínea voltava ao normal, pois não queria levantar-se e desmaiar.

Suspirando e sentindo a garganta seca arranhar, ele se levantou, tentando se manter na ponta dos pés para recuperar o equilíbrio. Pensou por um instante nas vezes em que se sentia muito mais velho do que era, principalmente ao acordar. Saiu se apoiando nos objetos de seu bagunçado quarto até chegar no banheiro.

Olhou-se no espelho. Estava com uma aparência péssima. Desviou o olhar de seu reflexo e lavou o rosto, olhando-se novamente. Ainda não satisfeito, voltou para o quarto e trocou-se, passando antes pela cozinha do pequeno apartamento e tomando um único gole de água. Lá fora, a rua parecia agitada e o som de buzinas ecoava pelo quarto. O lobo abriu a janela e estreitou os olhos para a luz do dia não o ofuscar. Não havia sol e o tempo estava nublado. Fazendo uma careta, ele terminou de amarrar seu tênis, pegou sua chave e carteira e saiu do apartamento, tomando cuidado para não derrubar ou tropeçar em nada, naquela zona.

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